Os dois suspeitos de matarem a jovem Joice Maria da Glória Rodrigues, de 25 anos, que estava desaparecida há oito dias, teriam estrangulado a jovem juntos e concretado o corpo na parede de uma obra onde trabalhavam em seguida. A dupla continuou trabalhando no local mesmo depois da ocultação do corpo. A informação foi confirmada pela Polícia Civil durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira (6). O caso aconteceu em São Vicente, no litoral de São Paulo.
Um pedreiro, de 56 anos, e um autônomo, de 35, são os principais suspeitos do crime. O corpo da jovem foi encontrado nesta terça-feira (5), na obra em que ambos trabalhavam, na Rua Senador Lúcio Bittencourt, no bairro Esplanada dos Barreiros. Ela estava desaparecida há mais de uma semana e foi encontrada após investigações da 3ª Delegacia de Homicídios.
De acordo com o delegado titular que conduz o caso, Thiago Nemi Bonametti, a polícia apurou com testemunhas que a jovem mantinha relações sexuais consensuais com o pedreiro. Na data do desaparecimento, ela passou na obra para encontrá-lo. A principio, ele negou que sabia do desaparecimento dela, e só no segundo depoimento confessou que a matou estrangulada junto com o colega.
O pedreiro alegou que a matou após relações sexuais. A polícia informou que, a princípio, considera que foi uma relação consensual. Isso porque testemunhas informaram que eles já se conheciam há muitos anos, e tinham uma espécie de relacionamento. Entretanto, eles investigam a hipótese de abuso sexual e aguardam o resultado de exames.
Segundo o delegado, houve uma discussão no local entre a jovem e o autônomo de 35 anos. Ainda não se sabe a motivação da briga. Diante disso, ele começou a estrangulá-la e pediu ajuda para o pedreiro, que o auxiliou no crime. Em seguida, ambos concretaram Joice na parede para ocultar o cadáver. “O segundo preso pareceu frio com a situação e não demonstrou preocupação”, explica o delegado. O autônomo, preso depois do pedreiro, negou o crime.
“Quando foi interrogado, o pedreiro confessou o crime, disse que realmente havia estrangulado a Joice junto com um outro servente de obra, que é proprietário de uma empresa que faz serviço de piscina. Os policiais conseguiram capturar o segundo suspeito. O crime é por ocultação de cadáver, e foi esclarecido feminicídio, por razões de gênero”, esclarece Bonametti. A Justiça determinou prisão preventiva de ambos.
Investigação
A investigação do caso foi conduzida por policiais da 3ª Delegacia de Investigações sobre Homicídios do Deic Santos. Eles apuraram que a vítima esteve na rua em que fica localizada a obra, onde teria se encontrado com um pedreiro. O suspeito foi questionado sobre o caso e informou que esteve com Joice até às 21h15 do dia do desaparecimento.
Em um primeiro depoimento, ele relatou que manteve relações sexuais com a vítima, utilizado drogas, e que, depois disso, ela teria ido embora. Ele ainda alegou que a jovem parava no local esporadicamente para falar com ele, mas que não sabia do seu paradeiro. O espaço foi vistoriado, e a equipe encontrou pinos plásticos vazios, geralmente utilizados para acondicionar cocaína, além de uma sacola com calcinhas na parte superior da construção.
O proprietário do terreno foi questionado pela polícia sobre áreas recém concretadas ou frescas existentes na obra. Ele respondeu que não havia nenhuma, entretanto, na terça, pensando na possibilidade levantada pelos policiais, observou que, no banheiro do piso térreo, embaixo da escada, o vão havia sido fechado, com um acabamento mal feito. Diante disso, ele golpeou uma vez, e sentiu um forte odor.
Ele acionou os policiais civis, que se dirigiram ao local e derrubaram parte da parede, constatando que o corpo estava dentro. A vítima estava nua, com uma camiseta preta enrolada ao pescoço. Depois disso, policiais se dirigiram à residência do pedreiro e o prenderam em flagrante pelo crime de ocultação de cadáver. Ele ainda confessou ter matado a jovem estrangulada e falou da participação do suspeito.
Entenda o caso
Joice desapareceu no dia 27 de setembro. Estudante, ela morava no bairro Quarentenário, na Área Continental da cidade, com o esposo e duas filhas. Ela saiu para visitar o avô, que mora no bairro Parque Bitaru, na Área Insular, durante a tarde do dia do desaparecimento. Ela ficou no local até por volta das 19h, quando saiu. Desde então, ninguém conseguiu localizar a jovem.
Segundo a irmã, Joice nunca havia desaparecido antes. Desde então, familiares passaram a ligar para o telefone dela, que caía na caixa postal todas as vezes. Também fizeram o trajeto que ela percorreria até chegar em casa algumas vezes, em busca de pistas. A família registrou o boletim de ocorrência de desaparecimento de pessoa na Delegacia Sede de São Vicente.
A jovem foi encontrada apenas nesta terça-feira, pouco mais de uma semana depois do crime. Ela foi morta estrangulada e concretada em uma parede de uma obra que fica localizada na Rua Senador Lúcio Bittencourt, no bairro Esplanada dos Barreiros.
Fonte: G1