Neste sábado completam 20 anos de um dos atentados terroristas que mais chocaram o mundo. A data de 11 de Setembro será por muito tempo lembrada como o dia em que 19 terroristas da rede Al-Qaeda, grupo então liderado por Osama Bin Laden, sequestraram quatro aviões comerciais para utilizá-los como armas contra os Estados Unidos e jogarem dois deles em um dos grandes símbolos da economia americana, as Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova York. Quase 3 mil pessoas morreram nos atentados daquele dia.
Às nove horas e quarenta e seis minutos, horário de Brasília, do dia 11 de setembro de 2001, uma terça-feira, cinco extremistas suicidas lançavam o avião que fazia o voo 11 da American Airlines contra uma das torres do World Trade Center, em Manhattan, provocando um rombo no prédio de 110 andares. Menos de 20 minutos depois, outros cinco terroristas arremeteram um segundo avião na outra torre.
A cidade de Nova York foi tomada por poeira e emissoras de televisão do mundo inteiro noticiavam aquele que seria um dos maiores atos de terrorismo da história ocidental. As informações sobre os primeiros atentados ainda eram apuradas quando minutos depois mais dois aviões cairam. O terceiro colidiu contra o Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, em Washington. Já o quarto avião caiu em um campo aberto próximo à Pensilvânia. Não houve sobreviventes em nenhum dos quatro voos, ao todo 2.977 pessoas morreram incluindo os 19 sequestradores a bordo das aeronaves.
Segundo o historiador e pedagogo Robinson Alves a importância atribuída ao fato na época e a sua permanência na memória das pessoas se dá por vários motivos: “O atentado foi marcante por alguns fatores, entre eles podemos destacar a cobertura televisiva que mostrou ao vivo imagens impactantes como o ataque à segunda torre. Além disso, espanta a questão como a maior potência mundial ficou vulnerável ao ponto de ter aviões comerciais sequestrados”.
Para Alves, o atentado também modificou a relação das pessoas com os muçulmanos: “A partir dos ataques de 11 de setembro muitas pessoas passaram a enxergar a população muçulmana como um potencial perigo de ameaça terrorista. Desde então e até hoje, casos de xenofobia acentuaram. Precisamos ressignificar nossa relação com o oriente”.
Cidadãos recordam o que estavam fazendo no dia do atentado
“Eu estava em casa assistindo à TV Globinho. Foi um susto e tanto. Fiquei com muito medo de que os atentados também acontecessem no Brasil.”
Kerlissom Oliveira, 27 anos,
morador do Bom Retiro
“Estava na escola e tinha acabado de ter uma aula sobre conflitos e grupos terroristas. Até hoje fico espantada com a coincidência.”
Cintia Santos, 33 anos,
moradora do São João
“Eu tinha 16 anos na época e fiquei sabendo da notícia na escola. Foi um alvoroço e tanto. Todo mundo louco querendo ter mais informações.”
Roberta Nogueira, 36 anos
moradora do Espírito Santo
“Foi muito louco, porque eu estava nos Estados Unidos na época e fiquei sabendo do atentado por uma ligação da minha família de Betim.”
Marcelo Chaves, 52 anos,
morador de Belo Horizonte
Ressignificar a data
A pandemia da Covid-19 fez com que muitas noivas tivessem que adiar o casamento. Agora, com o avanço da vacinação e a flexibilização gradual no funcionamento dos estabelecimentos, as cerimônias estão sendo remarcadas. Esse foi o caso da nutricionista Dulciana Ribeiro (38), que terá a tão aguardada cerimônia neste sábado (11). O que a noiva não imaginava é que a escolha do dia geraria tanta polêmica. “Quando comecei a entregar os convites, sempre me perguntavam: sério que você vai se casar no mesmo dia do atentado das Torres Gêmeas?”, contou.
Segundo a nutricionista, a escolha do dia não foi proposital. “As datas dos sítios para este semestre estão muito disputadas, mas, por coincidência ou não, o dia 11 de setembro estava tranquilo”, detalhou Dulciana.
Após tantos momentos relembrados pelos convidados referentes ao dia do atentado, a noiva viu no casamento uma possibilidade de ressignificar a data: “Quero que a minha família possa ter, a partir de agora, o dia 11 de setembro como uma data de boas recordações e risadas”
Fonte: O TEMPO