GREVE: População de Jundiaí e região ficará sem trem nesta quinta-feira (15)

 

Em assembleias realizadas pelos sindicatos que representam os trabalhadores da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), foi decidido que haverá greve nesta quinta-feira, 15 de julho de 2021, conforme já haviam anunciado as entidades.

Somente as linhas 11, 12 e o trecho de São Paulo da linha 13 devem operar. As linhas 7,8,9,10 e 13 (trecho de Guarulhos) devem parar de acordo com os sindicatos.

A maioria dos funcionários ao votar optou pela paralisação depois que os sindicatos apresentaram o resultado da reunião de tentativa de conciliação realizada na tarde da quarta-feira (14) na TRT (Tribunal Regional do Trabalho) que terminou sem acordo.

Os sindicatos dizem que a estatal não apresentou uma nova proposta referente ao impasse trabalhista.

Segundo comunicado coletivo das entidades divulgado para a imprensa, o movimento grevista foi motivado pelo fato de a companhia encerrar as negociações sobre o pagamento da PPR (Programa de Participação nos Resultados) referente ao ano de 2020 que ainda não foi pago e deveria ter sido quitado em março deste ano de 2021.

A situação se junta ao fato destas negociações acabarem com zero reajuste sobre a data base de 2021 e 2022.

Veja o comunicado na íntegra:

Sem acordo em audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho, os Sindicatos da Sorocabana, de São Paulo e dos Engenheiros de São Paulo convocaram os ferroviários e se reuniram em assembleia para dar andamento à paralisação nessa quinta-feira, dia 15/07. “O TRT propôs que a CPTM repusesse o salário em 6,22%, mas a empresa não aceitou. A categoria está cansada de tanto desrespeito e resolveu parar o serviço a partir da 0 hora dessa quinta”, esclareceu o presidente interino do Sindicato da Sorocabana, José Claudinei Messias.

Os Sindicatos entraram com ação de Dissidio Coletivo de Greve no TRT solicitando que a empresa aceite os termos propostos no ACT 2021/2022 que foi parcialmente assinada, mas, justamente, as cláusulas econômicas não foram aceitas pela companhia que insistem em reajuste zero pelo segundo ano seguido. “O ferroviário trabalhou toda a pandemia e se dedicou, já no ano passado a empresa não reajustou o salário e agora querem isso de novo, mas tudo aumentou, como os ferroviários vão ter condições de viver sem saber se vão conseguir pagar as contas”, indaga Messias.

Reunidos em assembleia, os ferroviários, resolveram avançar com a greve paralisando o serviço a partir da 0 hora dessa quinta-feira, dia 15/07, sem previsão de retomada da operação.

Nós, Ferroviários da CPTM- Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, estamos em greve desde as 00:00 de 15/07/2021.

O motivo dessa atitude foi a intransigência da CPTM em querer retirar o pouco que a categoria tem de benefício. Esses poucos benefícios foram conquistados através de anos de luta!

Além disso a CPTM insiste em não repor a inflação de consome nossos salários, assim como o de todos os Paulistas.

Estamos Sem reposição da inflação desde Março de 2019.

Durante toda pandemia cumprimos nossa obrigação de prover transporte de qualidade à toda população, mesmo a custa de nossa vida – vários colegas de trabalho morreram em virtude da pandemia de Covid-19.

Desde Fevereiro desse ano estamos negociando com a CPTM e a única coisa que ela propõem é retirada de direitos e 0%(ZERO) de reposição salarial.

Em 14/07/2021 o Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo propôs que a CPTM aplicasse um reajuste aos salários de 6,22%. Isso foi negado pela CPTM, que insiste em 0%(ZERO) de reposição.

A inflação acumulada de Março de 2019 até Fevereiro de 2020 foi de 3,64% – A CPTM ofereceu 0%(ZERO) de reajuste.
A inflação acumulada de Março de 2020 até Fevereiro de 2021 foi de 6,35% – A CPTM ofereceu 0%(ZERO) de reajuste.

Não nos resta outra alternativa a não ser o movimento grevista. Gostaríamos de trabalhar com as catracas abertas, porém a CPTM não aceita essa alternativa e prefere ocorra o movimento grevista.

A CPTM possui sete linhas em 271 Km de linhas e 94 estações operacionais atendendo a 23 municípios, incluindo capital, Grande São Paulo, e a região de Jundiaí, no interior paulista.

Antes dos impactos da pandemia de covid-19 sobre a demanda, as linhas da CPTM transportavam em torno de quatro milhões de pessoas por dia.

As linhas são:

7-Rubi (Jundiaí/Brás)

8 -Diamante (Amador Bueno/Júlio Prestes)

9-Esmeralda (Osasco/Grajaú)

10-Turquesa (Rio Grande da Serra/Brás)

11-Coral (Estudantes/Luz)

12-Safira (Brás/Calmon Viana)

13-Jade (Estação Aeroporto de Guarulhos/Engenheiro Goulart/Brás/Luz)

Os trabalhadores da CPTM estão divididos entre os seguintes sindicatos:

Sindicatos dos Engenheiros de São Paulo: representa os trabalhadores da manutenção e engenharia das linhas.

Sindicato dos Ferroviários de São Paulo: trabalhadores das linhas 7-Rubi (Jundiaí/Brás) e 10-Turquesa (Rio Grande da Serra/Brás);

Sindicato dos Ferroviários da Zona Sorocabana: trabalhadores das linhas 8 -Diamante (Amador Bueno/Júlio Prestes), 9-Esmeralda (Osasco/Grajaú)  e 13-Jade (ferroviários de estações localizadas na cidade de Guarulhos);

Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil: trabalhadores das linhas 11-Coral (Estudantes/Luz) e 12-Safira (Brás/Calmon Viana) e da 13-Jade (no trecho da capital paulista).