Segundo ela, que é especialista em patologia clínica, a anafilaxia é uma reação de hipersensibilidade aguda potencialmente fatal, que inclui sintomas e sinais, isolados ou combinados, que ocorrem em minutos ou em até poucas horas da exposição ao agente causal.
A causa da morte será conhecida somente após a necropsia do corpo.
“Não podemos falar sobre este caso antes do resultado da necropsia. Mas o que sabemos é que o paciente que sofre a anafilaxia dá sinais de que não está bem, mesmo que por alguns minutos”, explica a médica.
De acordo com a especialista, 50% dos casos de anafilaxia, ou choque anafilático, acontece por causa de alergia alimentar, com trigo, ovo, leite e soja, além de peixes, frutos do mar, amendoim e castanha.
Natasha destaca que o paciente normalmente apresenta sinais cutâneos, como urticária, coceiras, vermelhidão, além de edemas, quando os olhos e a boca incham, por exemplo. Também há os sintomas respiratórios, como falta de ar, sensação de sufocamento, e sintomas gastrointestinais, como vômitos, diarreia e dor abdominal.
Em caso de suspeita de anafilaxia é recomendado ir imediatamente à emergência médica, para que o tratamento seja feito o mais brevemente possível. Geralmente, o tratamento consiste na administração de adrenalina injetável e monitoração dos sinais vitais da pessoa.
A médica destaca que a morte de José Roberto Figueiredo pode sim ter acontecido por anafilaxia, como também por outros motivos, como arritmias cardíacas, tromboembolismo pulmonar, ruptura de aneurisma, infarto fulminante.
O caso
Segundo a família, José Roberto, conhecido como Robertão, teria sofrido reação alérgica ao comer camarão.
José Roberto também era lutador de taekwondo e muay thai. Segundo a família, ele sabia que era alérgico, mas não sabia que havia camarão no prato.
A morte ocorreu em um condomínio no bairro Florais, em Cuiabá.
De acordo com a família, ele começou a passar mal logo que comeu. Em seguida, José Roberto foi até o banheiro do quarto dele. Os familiares ouviram um barulho de queda e tentaram abrir a porta do banheiro, mas ela estava trancada.
O segurança do condomínio foi chamado e arrombou a porta. José Roberto estava caído inconsciente.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado e os socorristas tentaram reanimar o publicitário. Ele tinha um ferimento na cabeça, possivelmente causado pela queda enquanto ele passava mal no banheiro.
A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) foi chamada no local. Uma perícia também foi feita no banheiro.
O corpo do publicitário foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Cuiabá. O corpo deverá passar por um exame para constatar a causa da morte da vítima.
José Roberto trabalhava na Secretaria de Educação de Mato Grosso (Seduc).
A DHPP investiga a morte e, inicialmente, não encontrou indícios de crime.