Dois estudantes da rede pública de ensino de Jundiaí (SP) aproveitaram a pandemia para se dedicar a projetos inovadores. Um deles foi premiado nacionalmente.
A educação foi um dos maiores desafios trazidos pela pandemia, seja pela dificuldade no acesso a internet ou pela falta de aparelhos e de um ambiente para se concentrar. Mas, mesmo diante desse cenário, Rafaela Curcio e André Fabris acharam um espaço para fazer a diferença com projetos inovadores.
André tem 17 anos e concluiu o ensino médio no Instituto Federal de Jundiaí no fim do ano passado, mas, antes disso, desenvolveu um aparelho que ajuda a organizar remédios depois de um trabalho proposto por um professor.
“Esse projeto tinha o intuito de ajudar pessoas com dificuldades em tomar o remédio correto e na hora certa. Em um compartimento, eu posso programar para cair o remédio de três em três horas. Em outro, pode ser de seis em seis e outro de nove em nove”, explica.
Foi a irmã de André, estudante de farmácia, que disse observar essa necessidade, principalmente para os idosos conseguirem lembrar os horários de tomar os medicamentos. “É bem funcional esse projeto e acho que, se melhorar, é bem possível fazer”, opina.
Drone aquático
No caso de Rafaela, a semente que despertou o desejo de desenvolver novas tecnologias também foi plantada em sala de aula, quando a educação ainda era presencial. Só que foi em plena pandemia que a ideia se concretizou e virou um drone aquático.
“O drone, a gente pega e coloca ele em um rio, em um lago, e ele começa a realizar análise de água no local que ele já está mesmo. Então, a partir disso, a gente pode ver se o rio está poluído ou não, se há índice de vida ou não”, comenta.
“Quando eu vi o meu nome sendo dito durante a premiação, que eu tinha ganho o primeiro lugar de engenharia da Febrace, eu chorava de felicidade, porque a emoção era indescritível”, conta Rafaela.
Exemplos de como a educação é uma ferramenta que pode fazer ir longe, transformando o pouco em muito, o problema do tempo ocioso durante uma pandemia em solução.
“A juventude que a gente tem na nossa sociedade como uma faixa que é rebelde, transgressão e tal, a gente mostrar que tem pessoas ali pensantes que se desenvolvem e conseguem ajudar naquele momento ainda, não só na fase adulta. Isso me traz muita reflexão, muitos pontos positivos, um engrandecimento como profissional e pessoa é muito grande”, comenta o professor de química Murilo de Paula.