Pacientes internados com Covid-19 recebem cartas da família como forma de apoio

A autônoma Paula Cologniesi recebeu um bolo como forma de manifestação de carinho, pois estava passando o aniversário de 38 anos internada com Covid no Hospital São Vicente.

Tudo começou com a preocupação das irmãs com o aniversário dela. Com a liberação dos médicos, entrou em cena o trabalho da sua irmã, a fotógrafa Drucisla Destro.

“Eu passei no supermercado, comprei um bolo e escrevi uma cartinha cheia de amor, cheia de motivação para a Paula”, conta.

Em alguns minutos, a paciente recebeu o presente na enfermaria do hospital. Três dias depois, ela recebeu alta.

“A gente fica lá dentro, a gente fica meio desanimado. Aniversário a gente quer ficar com a família. E aí, de repente, veio essa surpresa. Deu uma animada boa”, diz.

Quem também recebeu um presente especial foi a Dona Neusa, de 60 anos, que estava internada no Hospital São Vicente. Seu neto, Heitor, preparou uma pintura para ela, junto com uma carta escrita por sua filha, Thainá Magalhães, e um desenho de um terço.

A preocupação de Dona Neusa era com os quatro filhos e o marido, que também testaram positivo para a doença. Dias depois, Florêncio Magalhães, de 61 anos, foi internado.

“Enquanto ela estava no hospital, muita coisa aconteceu. Ele chegou a ser internado, intubado e, infelizmente, ele foi a óbito”, lamenta a filha, Thainá Magalhães.

Receber as cartinhas foi um conforto no coração de Dona Neusa, que ficou internada por 10 dias e recebeu alta para voltar para a casa.

“Eu sempre soube que eles me amavam. Mas só de ver as cartinhas todas e sabendo que eles estavam bem e me esperando, foi aí que eu criei mais coragem e mais força, com toda a fé que eu tenho. Foi aí que eu fui me recuperando cada dia que passava”, diz Neusa.

O paciente internado com Covid-19 não pode receber visitas para não transmitir a doença para os familiares e amigos. Normalmente, eles ficam muito preocupados com esse isolamento por não saberem o que está acontecendo do lado de fora.

A psicóloga do Hospital São Vicente, Juliana Oliveira Brochado, diz que, quando o paciente recebe essa força da família, ele se recupera mais rápido.

Reprodução do G1