Após sofrer acidente a 160 km/h e quase perder a vida, Altair virou atleta

 

Quinta-feira, 3 de março de 2011. Por volta das 23h. A bordo de uma Zafira, a aproximadamente 160 km/h, Altair da Silva Marangne, então com 21 anos, perdeu o controle do veículo e, próximo a uma curva na Rodovia Presidente Tancredo de Almeida Neves, conhecida como Estrada Velha de Jundiaí, capotou.

Dez anos depois, o rapaz lembra do acidente sem sinais de trauma. Pelo contrário: para ele, o acidente provou o quanto mudou a forma de pensar. “Precisamos falar sobre o assunto, precisamos refletir e usar isso como exemplo para que outras pessoas não cometam os mesmos erros”, declara. “Eu era imaturo, gostava de correr com o carro. Depois do acidente, nasci de novo.”

No momento do acidente Altair estava sem o cinto de segurança. Quebrou duas vértebras, quatro costelas, a clavícula e quase perdeu um olho. Foi levado às pressas para o Hospital da Cidade de Várzea Paulista e depois transferido para um hospital privado de Jundiaí. Foram 26 dias internado, passando por cirurgias, o que não evitou o pior: ele foi informado por um médico que não voltaria a andar. Ficou paraplégico.

Nem por isso desistiu. Sorridente, de bem com a vida, o rapaz embarcou em um projeto transformador: tornou-se atleta do Peama (Programa de Esportes e Atividades Motoras Adaptadas) e, após passar a treinar com mais afinco no atletismo, começou a competir. Coleciona medalhas e, para a surpresa de muitos, voltou a dirigir um veículo adaptado – sempre dentro da velocidade permitida.

“Eu já tinha passado pelo Peama em 2011 e 2013, mas foi a partir de 2015 que entrei de cabeça e não parei mais”, explica. Atualmente, Altair divide o tempo entre treinar na parte da manhã e trabalhar na loja do pai na parte da tarde. Pelo trânsito, lamenta a imprudência dos motoristas. “Vejo muitos jovens acelerando, empinando a moto, gente guiada pela adrenalina, algo que eu mesmo sentia antes do acidente. Quando vejo essa molecada correndo, lamento, e enxergo o que um dia eu fui.”

No Bolão, com a bicicleta, o atleta faz seu treino
Força de vontade: em foto feita antes da pandemia, no Bolão, Altair treina para disputar campeonatos

Em Jundiaí
A Prefeitura de Jundiaí, por meio da Unidade de Gestão de Mobilidade e Transportes, tem trabalhado para diminuir os acidentes de trânsito investindo em conscientização, sinalização e fiscalização. No início de março, o município aderiu ao Programa Laço Amarelo, voltado a reduzir acidentes de trânsito investindo na educação dos motoristas da cidade.

A proposta do programa é implantar ações educativas, fazer o levantamento de dados e diagnósticos da mobilidade municipal. Além disso, a cidade prepara uma campanha de conscientização em vias de grande movimento, sempre com o intuito de conscientizar. “Acreditamos na educação no trânsito”, declara o gestor de Mobilidade e Transporte, Aloysio Queiroz. “Acreditamos que ações assim são essenciais para diminuir mortes no trânsito, sem nunca deixar de fiscalizar e estar presente nas ruas de Jundiaí.”

O Programa Laço Amarelo é desenvolvido pelo Observatório Nacional de Segurança Viária, organização social nascida há dez anos e idealizadora da campanha Maio Amarelo. Está em 25 cidades brasileiras e tem obtido resultados positivos na diminuição dos acidentes nesses municípios de atuação. Seus projetos estão alinhados à Agenda Regulatória do Denatran e às Metas Globais de Desempenho na Segurança do Trânsito 2020-2030.

Com informações da Prefeitura de Jundiaí