O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de Jundiaí (SP) registrou mais 200 trotes apenas em janeiro de deste ano. A prática é considerada crime e tem afetado o trabalho do resgate.
De acordo com o Samu, apenas em janeiro de 2021 foram 278 registros pelo 192. O número é maior que o balanço do mesmo período de 2020, quando foram contabilizados 271 trotes. Durante o ano todo de 2020, 3.321 trotes foram recebidos, uma média de 10 por dia.
O motorista de uma das cinco ambulâncias do município, Robson Belini, contou que o tempo e distâncias são cruciais para o atendimento e isso prejudica o trabalho das equipes.
“É um pouco frustrante porque a gente vai, às vezes, em um atendimento um pouco distante e chega lá e acaba se deparando com um vazio, com nada. Muitas vezes acontece de terem duas ocorrências de alta complexidade ao mesmo tempo e a gente poderia estar atendendo outra ocorrência.”
De acordo com o coordenador médico do Samu, Mário Jorge de Castro Kodoma, os trotes têm preocupado os profissionais durante a pandemia.
“Com a demanda crescente de solicitações de viatura tanto para atendimento de Covid quanto para as outras doenças, um trote pode interferir muito e pode prejudicar diversas pessoas. Então a conscientização e educação da população é fundamental para que a gente não corra esse risco”, explica.
O delegado da Delegacia de Investigações Gerais de Jundiaí (DIG), Josias Guimarães, explica que a pena para este tipo de crime pode chegar em até três anos.
“Atrapalha muito a administração pública, tanto move a máquina contra a Polícia Militar, Samu, resgate dos bombeiros e Guarda Municipal. Toda vez que há trote, a máquina toda é movida. Então temos um grande prejuízo na administração pública”, conta o delegado.
Fonte: G1