A partir desta segunda-feira (18), o governo de São Paulo começa a distribuir insumos e doses da CoronaVac para seis hospitais de referência do estado. A vacinação começou neste domingo no Hospital das Clínicas, após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar o uso emergencial da vacina contra a Covid-19. Segundo o governo estadual, 112 profissionais foram imunizados neste primeiro dia.
“Vamos começar com os Hospitais da Clínicas de São Paulo, Ribeirão Preto, Campinas (da Unicamp), Botucatu (da UNESP), Marília (FAMEMA) e Hospital de Base de São José do Rio Preto. E, na sequência, todos os hospitais públicos e privados”, disse o governador João Doria.
Em seguida, as vacinas e insumos também serão enviados para as prefeituras do estado, “com recomendação de prioridade a profissionais de saúde que atuam no combate à pandemia”.
O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP informou que montou uma megaoperação para vacinar seus cerca de 30 mil funcionários da saúde nesta primeira etapa. A partir desta segunda, começa a vacinação das equipes no Centro de Convenções Rebouças. A imunização será feita das 7h às 19h.
Segundo o governo, os profissionais da saúde do complexo HC serão convocados em horários marcados para não gerar aglomerações.
‘Não tenham medo’
A enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos, mostra seu cartão de vacinação após ser a primeira brasileira a receber a vacina CoronaVac no Hospital das Clínicas, em São Paulo, neste domingo (17) — Foto: Carla Carniel/AP
“Falo com segurança e propriedade, não tenham medo”. A frase é da enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos, primeira pessoa a ser vacinada no Brasil. A enfermeira foi imunizada neste domingo (17) no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
“Que a população acredite na vacina. Estou falando agora como mulher, brasileira, mulher negra, que acreditem na vacina. Vamos pensar no monte de vidas que nós perdemos, quantas famílias nós perdemos, quantos pais, mães, irmãos. Eu quase perdi um irmão também com Covid. E diante disso é que eu tomei coragem e participei da campanha da vacina”.
Mônica foi voluntária da terceira fase dos testes clínicos da CoronaVac realizados no país e tinha recebido placebo. “Fui muito criticada. Eu recebia piadinhas, memes, mas não dei sequer importância. Me falaram que eu era cobaia de uma pesquisa de vacina”.
A enfermeira faz parte do grupo de risco para a doença, e atua na linha de frente contra Covid-19 no Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Ela mora em Itaquera, na Zona Leste.
Mônica atuou como auxiliar de enfermagem por 26 anos, e se graduou em Enfermagem aos 47 anos. Viúva, ela mora com o filho, de 30 anos, e cuida da mãe, que aos 72 anos vive sozinha em outra casa.
Com informações do G1