Acessibilidade: Histórias contadas pela Cia. de Teatro agora têm tradução em Libras

Depois que os vídeos da Quarentena de histórias passaram a contar com tradução em Língua Brasileira de Sinais (Libras), o pequeno Davi Silva, de dez anos, tem um conteúdo educativo a mais para assistir. Segundo a mãe, Thaís Silva, na internet faltam materiais de qualidade para os surdos.

“O Miguel é uma criança muito visual e até compreende os conteúdos pelo contexto. Mas para entender a fundo uma piada, por exemplo, sem a tradução, precisa do meu auxílio ou do irmão gêmeo, Davi, que é ouvinte e sempre dá o apoio necessário. Por esta iniciativa, gostaria de parabenizar a Prefeitura, que se preocupou em tornar o conteúdo acessível, especialmente neste momento de acesso remoto”, compartilha a mãe dos garotos, estudantes da Emeb Glória Rocha Genovese.

A Quarentena de histórias é uma iniciativa da Cia. de Teatro de Jundiaí, corpo artístico da Unidade de Gestão de Cultura (UGC) ligado ao Teatro Polytheama. Para contar as histórias, os atores da companhia compartilham a tela com Caroline Gonçalves, Luciano Germano, Rosângela Fabiana e Vinícius Arcanjo, do Clube dos Surdos da cidade, que se revezam na tradução.

Os vídeos são publicados no YouTube da Prefeitura e no site da UGC sempre às 18h24, com vídeos inéditos às segundas e quartas-feiras. Já às sextas-feiras, é a vez de republicar as histórias já no ar, mas desta vez com a tradução.

ASSISTA AOS VÍDEOS DA QUARENTENA DE HISTÓRIAS

Carolina Sacramento, que é professora de Libras para ouvintes pelo Clube dos Surdos, usa a Quarentena como material didático das aulas. “Antes eu precisava buscar materiais na internet, mas agora a Quarentena Acessível me traz a garantia de um conteúdo artístico diferenciado, que atrai a atenção dos alunos. O grupo é composto por nove crianças, entre sete e 13 anos, que, em comum, buscam aprender Libras não por necessidade de ter alguém surdo na família, mas simplesmente por serem preocupados em fazer a diferença no mundo e ajudar as pessoas. E os vídeos da Quarentena têm sido um apoio fundamental e que em muito têm agregado nesta tarefa”.

Para o diretor do Departamento de Teatros da UGC, Wagner Nacarato, a ação diz respeito ao coletivo. “Com a tradução em Libras, conseguimos levar este conteúdo artístico a um segmento social que antes não tinha acesso. E a parceria dos intérpretes é algo fundamental, que nos permite vencer uma limitação e compartilhar um bem e um serviço cultural a cada vez mais públicos.”

Segundo a diretora artística da companhia, Carla Candiotto, tornar as histórias acessíveis tornou-se uma necessidade e motivo de alegria. “A Quarentena surgiu num susto, com a necessidade de fazermos durante a pandemia aquilo que mais gostamos de fazer, que é contar histórias para as crianças. Com o tempo surgiu também a necessidade óbvia de ampliar o nosso olhar e pensar a acessibilidade. E para isso temos contado com a parceria dos intérpretes. Pensar a acessibilidade é algo, no mínimo obrigatório, um caminho sem volta e que nos enche de alegria. Neste planeta somos todos diversos e iguais ao mesmo tempo”, comemora a diretora.

Mulher auxiliar dois meninos parecidos a mexer com celular e controle remoto. Os três usam máscaras, com detalhe em plástico na região da boca.
Para Thaís, a mãe dos meninos, conteúdos da Quarentena vieram em boa hora, como alternativa de qualidade e educativa.

Fonte: Prefeitura de Jundiaí