A Prefeitura de São Paulo decidiu adiar o carnaval de rua e os desfiles das escolas de samba de 2021 devido à pandemia do coronavírus. A nova data ainda não foi definida, mas, no caso dos desfiles, a Liga das Escolas de Samba de São Paulo propõe que a festa seja realizada a partir do final de maio ou começo de julho, em data ainda a definir.
O carnaval de São Paulo é um dos maiores do país. Neste ano, cidade bateu recorde de público e do número de blocos: foram mais de 15 milhões de foliões nas ruas e 600 blocos. A prefeitura gastou R$ 36,6 milhões, e houve um retorno financeiro de R$ 2,3 bilhões para a cidade.
O anúncio foi feito pelo prefeito Bruno Covas (PSDB) em coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, Zona Sul de São Paulo, nesta sexta-feira (24).
“Estamos definindo tanto com os blocos quanto com as escolas e com as outras cidades a nova data que deve se dar a partir de maio do ano que vem. Muito dificilmente ocorrerá em junho porque coincide com os festivais de São João no Nordeste. Estamos definindo ou final de maio, ou começo de junho para realização do carnaval na idade de São Paulo”, afirmou Covas.
Em Salvador, o prefeito também estuda adiar o carnaval para julho. No Rio de Janeiro, as escolas esperam tomar uma decisão em setembro sobre a data dos desfiles. Representantes das agremiações e da Liesa alegam que sem vacina contra a Covid-19 é impossível realizar o espetáculo em segurança.
O presidente da Liga de São Palo, Sidnei Carriuolo, se reuniu com os representantes das escolas de samba do Grupo Especial e de Acesso, e levou a proposta de mudança de data para a prefeitura. Ele disse que a decisão precisou ser tomada agora para as escolas se prepararem a tempo de garantir o desfile. Mas, mesmo assim, o público pode esperar um carnaval diferente de anos anteriores.
“Carnaval nos mesmos moldes de costume é impossível, já pensamos em adaptações. O que toma muito tempo e suporte financeiro é o preparo de fantasia e alegoria”, afirmou.
Adiamento por causa de pandemia
Escolas de samba e organizadores do carnaval de rua de São Paulo já defendiam adiamento do carnaval por conta da pandemia de Covid-19. O governador João Doria (PSDB) disse em 15 de julho (15) que megaeventos como Réveillon e carnaval só deverão ser celebrados com a criação da vacina contra o coronavírus.
“É a maior tragédia da história desse país em qualquer tempo. Não há nada a celebrar, não há nada a comemorar. E muita atenção àqueles que diante de um quadro como esse ainda querem fazer atividades festividades de Ano Novo ou de carnaval. Nós não temos que celebrar nem Ano Novo, nem carnaval diante de uma pandemia. Apenas com a vacina pronta e aplicada, e a imunização feita, é que podemos ter celebrações que fazem parte do calendário do país, mas neste momento, não!”, afirmou Doria.
Escolas de samba do Rio dizem ‘ser inviável’ haver desfiles em 2021 sem vacina para a Covid-19.
Ficou para setembro a decisão sobre o carnaval do ano que vem. As escolas de samba do Grupo Especial se reuniram na noite de terça-feira (14) com representantes da Liga Independente (Liesa) e foram unânimes num ponto: não dá para ter desfile enquanto não existir uma vacina contra o coronavírus.
Das 12 escolas do Grupo Especial, 8 já divulgaram os enredos para o carnaval de 2021.
Os barracões estão parados. Só continuam sendo feitos os trabalhos feitos a distância, como a sinopse e os desenhos das fantasias e de carros alegóricos.
O cenário ainda é de incerteza e uma nova reunião foi marcada para setembro para reavaliação da situação.