Desde o início de julho havia rumores sobre o possível cancelamento das corridas no continente americano. A previsão inicial da Fórmula 1, antes dos cancelamentos causados pela pandemia, era de que a etapa brasileira ocorresse em 15 de novembro. Até o início deste mês, o governador de São Paulo, João Doria, previa o evento no Autódromo de Interlagos.
Esta será a primeira vez em 47 anos que o Grande Prêmio do Brasil não será realizado. “A decisão se deve à natureza fluida da pandemia em andamento da Covid-19, às restrições locais e à importância de manter as comunidades e nossos colegas em segurança”, explicou a Fórmula 1 em nota.
Novo calendário para 2020
O presidente e CEO do evento, Chase Carey, disse que está ansioso para receber as corridas de volta ao cronograma em 2021. “Queremos saudar nossos incríveis parceiros nas Américas, e esperamos voltar com eles na próxima temporada, quando mais uma vez conseguirão emocionar milhões de fãs em todo o mundo”, disse ele.
Um novo calendário da F1 para 2020 foi anunciado nesta sexta, com as datas para as corridas de Nürburgring, na Alemanha (9 a 11 de outubro), Portimão, em Portugal (23 a 25 de outubro), e Ímola, na Itália (31 de outubro e 1 de novembro).
Governador e prefeito defenderam etapa em SP
Ao falar no início de julho sobre a possibilidade de a etapa brasileira da Fórmula 1 ser cancelada, tanto o governador João Doria quanto o prefeito da cidade de São Paulo, Bruno Covas, chegaram a afirmar que o evento seria mantido.
Covas chegou a afirmar que os indicadores de saúde da cidade permitiam que o GP do Brasil ocorresse em novembro com segurança. “A gente espera que eles compreendam que aqui na cidade não há nenhum risco de realização da prova em novembro deste ano”, disse o prefeito na ocasião.
Nesta sexta, após saber do cancelamento feito pela Fórmula 1, ele voltou a defender que a cidade teria condições de receber o evento, desde que sem público, mas disse respeitar a decisão. “A projeção mostra que em novembro nós estaremos em uma situação bem melhor do que estavam os países europeus onde nós já tivemos a realização de Grande Prêmio. E destacamos, inclusive, que tanto as autoridades sanitárias do estado, quanto as autoridades sanitárias do município, desenvolveram um protocolo para a realização de eventos automobilísticos aqui na cidade”, disse Covas.
Na temporada 2019, o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 recebeu 158 mil pessoas nos três dias de evento em Interlagos – foi o maior público desde a edição de 2001.
De acordo com a Prefeitura de São Paulo, o impacto no turismo foi de R$ 361 milhões, crescimento superior a 8% em relação à temporada de 2018. Para deixar o circuito pronto para receber o GP do Brasil em 2019 foram investidos R$ 51,7 milhões.
GP em SP segue indefinido para 2021
A realização da etapa paulistana da Fórmula 1 segue indefinida para o próximo ano. O atual contrato com São Paulo para a realização do Grande Prêmio do Brasil termina nesta temporada de 2020 e ainda não foi renovado.
Segundo o prefeito Bruno Covas informou em entrevista coletiva na tarde desta sexta, a renovação ainda está sendo discutida com a organização mundial do evento. “A gente continua as tratativas com a organização do evento para a prorrogação do contrato a partir do ano que vem”, declarou.
O presidente da República, Jair Bolsonaro, chegou a defender, em 2019, que o evento fosse transferido para o Rio de Janeiro.
Ainda em 2018, dirigentes do Liberty Media, grupo americano que promove a Fórmula 1, e da Dorna, promotora da MotoGP, chegaram a avaliar um projeto inicial de empresário brasileiros para a construção de um autódromo em Deodoro, Zona Norte do Rio. O projeto do autódromo, no entanto, não saiu do papel.
(Fonte: G1)