Gabinete de Leitura inicia projeto ‘’Memórias Literárias’’

Pela primeira vez em seus 112 anos, o Gabinete de Leitura Ruy Barbosa conquista recursos por meio de Lei de Incentivo Cultural. Com o projeto ‘’Memórias Literárias’’, coordenado pela pesquisadora de patrimônio cultural, Vânia Feitosa. O Gabinete terá seu acervo histórico de 45 mil itens, entre livros, documentos e obras de arte, preservado e difundido para que o público conheça as riquezas que abrigam o prédio já tombado pelo Condephaat.

O projeto também tem como eixo atividades culturais voltadas à Literatura, que estreiam com o ‘’Clube de Leitura’’, coordenado pelo advogado e livreiro Juliano Garcia e que terá como base encontros em roda, com leitura e debate de três livros do escritor tcheco Franz Kafka.

“Os textos de Kafka são atemporais. E, aproveitando esses temas que nos são tão atuais, vamos construindo um diálogo com o público e trazendo um olhar mais aprofundado sobre questões como angústia, ansiedade, autoafirmação e direitos humanos”. Os encontros contam ainda com a participação da psicanalista Adriana Panzan.

Juliano destaca que as oficinas são uma forma de valorizar a história da cidade, ocupando um espaço histórico criado para a Literatura. “O Gabinete está na memória afetiva de muitas pessoas. É preciso reavivar esse sentimento e encontrar um novo significado para esse monumento no coração de Jundiaí”.

Agenda

‘’Clube de Leitura’’

  • 16 de março (Livro “Metamorfose”)
  • 20 de abril (Livro “Um artista da fome”)
  • 18 de maio (Livro “Na colônia penal”)

Todos os encontros ocorrem às segundas-feiras, das 19 às 20h30.

As inscrições são gratuitas e devem ser feitas pelo link https://gabineteruybarbosa.com.br/Ingresso/

São 25 vagas por encontro, abertas ao público maior de 16 anos.

O projeto ‘’Memórias Literárias’’ tem realização do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa.

Quem foi Kafka?

Introvertido, cético e genial. Estas são algumas das qualidades do escritor nascido em 1883, em Praga, na República Tcheca, que, em menos de meio século de vida, criou narrativas engenhosas e vicerais como A Metamorfose (1915) e O Processo (1925).

O termo “kafkiano” popularizou-se como algo complicado, labiríntico e surreal, como as situações encontradas em sua obra. Toda a obra de  Kafka, com exceção de algumas cartas, foi escrita em alemão. O pouco que publicou em vida atraiu rara atenção dos leitores. Somente a partir da década de 1960, a obra de Kafka tornou-se mundialmente conhecida, inclusive no Brasil. O escritor morreu aos 40 anos, vítima de tuberculose.

Entre suas obras mais conhecidas estão os romances ‘O Desaparecido’, ‘O Processo’ e ‘O Castelo’, os contos ‘Na Colônia Penal’, ‘Um Médico Rural’, ‘Um Artista da Fome’ e ‘A Grande Muralha da China’ e a novela ‘A Metamorfose’, escrita em 1912 e publicada em 1915.

(Fonte e ilustração: Divulgação)