Um raio X mostra o projétil alojado na perna esquerda da vendedora de 25 anos que foi baleada em um bloco de carnaval, na Zona Sul de São Paulo, no domingo (16). Pâmela de Luca mora em Jundiaí (SP) e se divertia em grupo de amigos com a também ferida Danieli Vitti, que precisou passar por cirurgia até a madrugada desta terça-feira (18), no Hospital das Clínicas.
No fim de semana, cinco pessoas ficaram feridas durante um assalto, por volta das 17h30, na altura do número 900 da Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, na capital. Entre os feridos estavam três foliões e dois suspeitos.
Na ocasião, um policial civil reagiu ao assalto e disparou contra um homem, dando início à confusão. Um vídeo feito com um celular mostra as vítimas caídas no chão e sendo atendidas.
Pâmela lembrou o momento que tentou socorrer ao ver a amiga Danieli Viti, cabeleireira, de 27 anos, com a perna sangrando.
“Pensei que era tiro de borracha. Eu vi sangue, mas pensei que era tiro de borracha. Todo aquele sangue eu achei que era de outra pessoa. Olhei para o lado e vi a Danieli ferida e vi que o sangue estava saindo de mim”, disse.
O projétil passou de raspão pela perna direita e ficou alojado na perna esquerda. O objeto não foi retirado da perna da jovem para não danificar o tecido, segundo o marido de Pâmela.
“Felizmente não foi nada pior, poderia ter atingido cabeça, coluna. Então, tem que respirar e agradecer”, completou a vendedora, que mora em Jundiaí há cerca de um mês.
Outra vítima
Danieli precisou fazer uma reconstrução do fêmur, já que o osso quebrou por conta do impacto da bala. Ela também teve que passar por uma cirurgia vascular e permanece internada no Hospital das Clínicas de São Paulo nesta terça-feira (18).
O marido da jovem, Wellington Alves Romano, disse que ela precisou fazer uma reconstrução do fêmur, já que o osso quebrou por conta do impacto. A cabeleireira também teve que passar por uma cirurgia vascular.
Pâmela e Danieli foram levadas por viaturas até hospitais de São Paulo. A cabeleireira ainda deve ficar internada por mais uma semana e a recuperação deve levar cerca de seis meses. Pâmela foi medicada e se recupera em casa.
Os dois suspeitos de envolvimento no assalto, que também foram baleados, tiveram a prisão preventiva decretada. Um deles recebeu tratamento e foi liberado, enquanto o outro permaneceu em observação. Eles foram identificados como Jonathan e Pedro Henrique.
Moradoras de Jundiaí baleadas em bloco de carnaval na capital estão em recuperação. Foto/reprodução: TVTEM
Depoimento do policial
Na segunda-feira, o policial contou aos investigadores em depoimento que estava indo encontrar um amigo, e não participando do bloco, quando sofreu a tentativa de assalto.
Ele disse ter sido cercado por seis indivíduos e agredido. Além disso, afirmou que, quando os assaltantes tentaram roubar os seus pertences, ele se identificou como policial.
Neste momento, segundo ele, os criminosos tentaram pegar a sua arma e, por isso, ele reagiu. O policial relatou que ouviu tiros, mas não soube informar de onde vieram. Os bandidos conseguiram levar uma corrente de ouro, dinheiro e o celular da vítima.
Além de Jonathan e Pedro Henrique, a polícia afirma ter identificado três comparsas suspeitos de participação no assalto. Eles foram encontrados por meio das redes sociais dos dois suspeitos feridos, foram reconhecidos pelo policial civil e estão sendo procurados.
De acordo com o governador João Doria (PSDB) e o secretário de Segurança Pública do estado, general João Camilo de Campos, a Corregedoria da Polícia Civil acompanha o inquérito. Doria defendeu a ação do policial civil e disse que ele “agiu como deveria ter agido para proteger as pessoas”.
Fonte: G1