“Ajude o procurador do MPMG sair do miserê”, diz um cartaz colado a uma caixa de papelão que indica um local para doação na Pampulha, em Belo Horizonte, nesta segunda-feira (9).
A crítica se refere ao áudio do procurador do Ministério Público de Minas Gerais Leonardo Azeredo do Santos, que chamou o salário de R$ 24 mil de “miserê”. O caso viralizou na internet. De acordo com o Portal da Transparência, Leonardo recebeu, em junho, um total de R$ 78.617,66, que somou o salário, verbas indenizatórias e outras verbas retroativas/temporárias.
O autor do protesto é o advogado Mariel Marra, o mesmo que fez o pedido de cassação de mandato do vereador Wellington Magalhães.
De acordo com o procurador, ele já estaria baixando o padrão de vida por causa do salário.
“Estou deixando de gastar R$ 20 mil de cartão de crédito e estou gastando R$ 8 mil. Pra poder viver com os R$ 24 mil. Eu e vários outros já estamos vivendo à base de comprimido, à base de antidepressivo. Estou falando assim com dois comprimidos de sertralina por dia, e ainda estou falando deste jeito. Se não tomasse, ia ser pior do que Ronaldinho”, afirmou em tom exaltado.
Durante a reunião, Leonardo Azeredo ainda questiona Antônio Sérgio Tonet se não é possível alguma forma para “incrementar” os salários no próximo ano.
“Dentro do orçamento, não há nenhuma perspectiva, nenhum sonho, de incrementar qualquer tipo de vantagem que aumente nossa remuneração? Ou plantão? Ou qualquer coisa que aumente remuneração?”, questionou.
Quanto recebeu o procurador
Levantamento feito no Portal da Transparência mostra que Leonardo Azeredo recebe remuneração bruta de R$ 35.462,22. Com descontos, o valor vai para cerca de R$ 24 mil. Mas, de janeiro a julho, incorporaram-se aos vencimentos, em todos os meses, Indenizações e outras remunerações em valores que ultrapassam R$ 20 mil.
O maior vencimento recebido pelo procurador foi em junho. O valor líquido foi de R$ 50.104,64, acrescidas de indenização, no valor de R$ 8.984,18 e outras remunerações retroativas/temporárias, no valor de R$ 19.528,84. Somados, o valor dá R$ 78.617,66.
O que diz o Ministério Público
Em nota enviada nesta segunda-feira (9), o Ministério Público de Minas Gerais informou que não há nenhum projeto em andamento sobre adoção de benefícios pecuniários para a carreira de procuradores e promotores de Justiça, nem de servidores, em função da grave crise financeira do estado.
O MP ainda informou que vem tomando todas as medidas cabíveis para reduzir gastos, especialmente com folha de pessoal, visando mantê-los dentro do limite legal de 2% da Receita Corrente Líquida.
G1