Os dados são do World Economic Outlook, do FMI, e foram compilados em um levantamento do economista Marcel Balassiano, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia, da FGV. Foram considerados 172 países – e apenas 16 apresentaram um desempenho inferior ao brasileiro, entre eles Venezuela, Nigéria, Guatemala e Grécia.
“O Brasil investe menos do que quando a gente compara com os nossos pares latinoamericanos aqui próximos, como Chile, Peru e Colômbia, e como os emergentes, os Brics também”, diz Balassiano. “Além de a recessão ter sido muito forte, a recuperação tem sido lenta e gradual”, afirma, pontuando que o crescimento do PIB de 2019 deve, se muito, ficar na ordem de 1,5%.
Ele observa que a taxa de investimentos no País desabou com a crise econômica. De 2010 a 2014, a taxa média de investimento foi de 21,5% do PIB; já no ano passado, foi de 15,8% do PIB. Isso significa que empresas diminuíram as compras de máquinas, equipamentos e os aportes em pesquisa.
“Reverter esse quadro é de fundamental importância para o País crescer mais e com isso gerar mais empregos, principalmente empregos formais”, aponta Balassiano.
Comparação da taxa de investimentos (em % do PIB) entre Brasil, América Latina, países emergentes e mundo — Foto: Reprodução
Incertezas
Porém, a retomada dos investimentos, apontam especialistas, esbarra na incerteza de que o Brasil conseguirá resolver os problemas estruturais e encaminhar as reformas, como a da Previdência.
“A reforma da Previdência, sendo aprovada, vai criar o espaço que nós precisamos para o investimento voltar a aparecer e a aparecer crescendo de forma significativa”, aponta o especialista em contas públicas Raul Velloso. “E o investimento, não podemos esquecer, é o único caminho no curto prazo para nos tirar do marasmo econômico em que nós nos encontramos.”
G1